Apologética Católica

Os erros e acertos dos Reis de Israel


Ana a serva – Prefiguração de Maria:

O estabelecimento do reino eterno de Davi, um tema que ocupa o restante da Bíblia, incluindo o Novo Testamento, é introduzido por Samuel, o último dos juízes de Israel.

Samuel nasce em um tempo de caos político e moral como o dos juízes, dos quais a Sagrada Escritura diz: “Pois naquele tempo, não havia rei em Israel e cada um fazia o que lhe parecia melhor.” (cf. Jz 17, 6; 18, 1; 19, 1; 21,25). A infidelidade de Israel, simbolizada pela corrupção do sacerdócio de Helí (1 Sam 2,12-17, 27- 36; 3, 11-14) é punida quando os filisteus atacam matando 4.000 soldados israelenses, incluindo os dois filhos maus de Heli, Jofni e Finjas e tomam a Arca da Aliança. Ao ouvir da captura da Arca, Helí cai de sua cadeira, quebra o pescoço e morre (1 Sam 4).

Samuel, que nasceu em resposta às orações de uma mulher estéril e foi consagrado a Deus (1 Sam 1), e assume a posição de Heíí. A mãe de Samuel, a fiel Ana, prepara o caminho para Maria, a mãe de Jesus (ver CCC n 489).

Três vezes ela aparece como a serva do Senhor, ocupando a mesma palavra que Maria usará ao responder à Anunciação (ver 1 Sam 1,11, 16; Lc 1,38). No grande cântico de Maria, o Magnificat, ouvimos numerosos ecos da ação de graças que Ana canta (ver 1 Sam 2, 1-10; Lc 1, 46-55).

Forjando uma monarquia em Israel

Samuel, filho de Ana, cresce e se torna um homem bom e santo. Ele consegue retornar “toda Israel” para o Senhor (veja 1 Sam 7, 2-3). No entanto, em sua velhice, as pessoas exigem que Samuel lhes dêem um rei “, como o costume em todas as nações “(1 Sam 8, 5).

O pedido de Israel é pecaminoso e blasfemo. Isso mostra que eles ainda não entendiam seu chamado especial para serem o povo escolhido por Deus, seu primogênito.

Deus diz a Samuel: “Não é a ti que rejeitam, mas a mim, para que eu não reine sobre eles” (cf. Sam 8, 7; 12,12, 17, 19-20). Moisés havia previsto que o povo iria exigir um rei. Ele fez a previsão que qualquer rei teria que copiar toda a Lei e lê-la todos os dias, pelo resto de sua vida (cf. Dt 17, 14-20).

No entanto, os israelitas não estavam procurando por um rei santo. Eles queriam um que “nos dirigisse e fosse à frente de nós em nossos combates” (1 Sam 8, 19-20). Eles não dizem nada sobre Deus nesta ocasião, nem sobre seu culto. Esqueceram o pacto de ser um povo sacerdotal e santo (Êx 19, 5-6). Saulo é o tipo de rei que eles querem, um homem de acordo com seu coração, um rei-guerreiro, mas sem se importar com a devida adoração ou os mandamentos de Deus. Quanto a isso, é muito notável que Saulo desobedece as instruções de Samuel e oferece sacrifícios como sacerdote, algo que Deus não queria para os reis (1 Sm 13, 8-13).

No próximo capítulo veremos como Deus recusa Saulo e escolhe Davi como Seu Rei e Sacerdote.

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