Doutrinas & Dogmas

A doutrina da Santíssima da Trindade nasceu do discernimento da Igreja e não da bíblia somente!


Muitos cristãos modernos rejeitam veementemente a autoridade do magistério da Igreja no ensino da fé cristã. Eles afirmam que só aceitam o que é ensinado explicitamente na bíblia ou o que pode ser ‘provado’ por meio dela, esta doutrina é chamada Sola Scriptura. Isso, obviamente, não só gera atrito entre os dois pontos de vista contrários, mas representa uma ameaça para a sã transmissão da doutrina da fé, uma vez que mais e mais grupos parecem emergir com o suas próprias “doutrinas e crenças”, pois não se submetem a qualquer autoridade, excepto sua própria interpretação das Escrituras.

Um exemplo desse problema pode ilustrado por alguns cristãos evangélicos que se recusam aceitar a doutrina do batismo infantil, apesar das muitas evidências, tanto na Bíblia e, mais explicitamente nos escritos dos Padres da Igreja, de que os primeiros cristãos realmente praticavam o batismo de crianças já no tempo dos Apóstolos. Este debate torna-se confuso e um dilema,  quando os evangélicos não conseguem motivar porque é que aceitam a autoridade da Igreja, por exemplo, no que diz respeito à doutrina da Santíssima Trindade, e não em outras questões.

A doutrina da Santíssima da Trindade não foi elaborada até mais tarde no cristianismo, porque, embora a Bíblia fale de três Pessoas distintas, ela não indica claramente que essas três Pessoas sejam Una, como entendemos a Santíssima Trindade hoje. Portanto, por não  se tratar de uma doutrina literalmente ensinada nas Escrituras, ela teve que ser revelada à Igreja pelo Espírito Santo, de modo a evitar a propagação de heresias que surgiram nos primeiros quatro séculos do cristianismo sobre a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo. Em outras palavras, a doutrina da Santíssima Trindade nasceu do discernimento dos Padres da Igreja, ao invés das Escrituras somente. De fato, a Igreja a desenvolveu a partir da linguagem bíblica usada em passagens do Novo Testamento, como a fórmula batismal em Mateus 28:19, mas ela não tomou substancialmente a sua forma atual até o final do século IV, como resultado de controvérsias quanto ao adequado sentido em que termos se aplicam a Deus e  Cristo como “pessoa”, “natureza”, “essência” e “substância”. [5] [6] [7] [8] (fonte Wikipedia)

O Trinitarianismo contrasta com as posições que incluem Nontrinitarismo, binitarianismo (uma divindade / duas pessoas), Unitarismo (uma deidade / uma pessoa), a Unidade ou crença modalismo, e a igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos dias, que ensina a Divindade como três distintos seres que são um em propósito ao invés de essência.

Agora, voltando ao tema do batismo infantil, essa doutrina foi notoriamente apoiada pelos Padres da Igreja primitiva pois era considerada um ensinamento Apostólico que havia sido passado ​​através da Sagrada Tradição. Apesar de muitas evidências históricas para isso, muitos cristãos modernos acriticamente opõem-se a ela meramente porque o batismo infantil não é amplamente aceito entre os seus irmãos cristãos evangélicos.

A visão de Orígenes (185-254) do batismo é direta e transparente:

“Por que é pecado? Poderia uma criança que apenas acaba de nascer cometer um pecado? E ele ainda tem pecado para o qual foi ordenado a oferecer um sacrifício, como Jó 14:04 ss e mostrar o Salmo 51:5-7. Por esta razão, a Igreja recebeu dos Apóstolos a tradição de administrar o batismo às crianças também. Para os homens a quem os segredos dos mistérios divinos tinha sido confiada sabia que todos ali eram genuínas contaminações pecaminosas, que teve de ser lavado com água e do Espírito. “

Na tradição católica, a criança é batizada por causa da mancha do pecado original, porém as crianças são confirmadas em torno da idade de 12 anos ou mais, para que possam receber plenamente os dons do Espírito Santo – tal e qual os Apóstolos em Pentecostes – e tornarem-se “arautos” de Cristo. A Igreja Católica, às vezes se refere a esta profissão de fé ou Crisma como uma “Pentecostes pessoal”, no que podemos claramente ver que o elemento da fé não é apenas de importância secundária para os católicos, mas um aspecto fundamental da conversão pessoal.

Portanto, os cristãos católicos têm muito mais razões para aceitarem o discernimento da Igreja sobre a doutrina do batismo infantil do que os cristãos evangélicos para rejeitá-la. Dito isso, devemos nos lembrar de foi à Igreja que o Senhor prometeu enviar o Espírito Santo para ensinar e salvaguardar a verdade. Foi a Igreja a qual São Paulo chamou  de  “pilar e o fundamento da verdade” (1 Tm 3:14,15). Não cabe a indivíduos independentes a formulação de “doutrinas” ou a interpretação da Revelação Divina, por isso mesmo Nosso Senhor realizou um apostolado com os doze que em Pentecostes, fortalecidos pelo Espírito Santo, começaram a missão da Igreja, que é pregar o Evangelho de Cristo em verdade e com autoridade para todas as nações!

 

2 replies »

  1. Com a doutrina da Santíssima Trindade, a Igreja Católica triturou a unicidade de Deus. Começou por considerar “heresia” o Arianismo, cujos alicerces assentam-se na inequívoca lógica contida no cerne do questionamento do sacerdote Ário (ou Arius): “Se Jesus Cristo é filho de Deus, hou-ve um tempo em que ele não era, isto é, inexistia. Nesta hipótese, à luz da Filosofia e da Lógica ele, antes da concepção, tinha passado pela situação de um não-ser. Ora, o não-ser somente existe nas elucubrações dos mais refinados pensadores e nas teorias da Física avançada, mor-mente no que diz respeito às questões astronômicas e/ou cosmológicas [o infinito, a curvatura do espaço v.g.], bem assim o fenômeno natural chamado “buraco negro”. A figura de Jesus Cristo é real. Deveras, Cristo peregrinou pela Palestina e sustentou suas ideias para aos discípulos e outros mais a quem pregou. Fez o papel de mais um dos muitos profetas antigos, aos quais os hebreus eram muito chegados.
    Jesus Cristo acabou preso por “blasfêmia” justamente por se dizer “filho de Deus”. [Está nos evangelhos, cf. João, 18/19]. Os sacerdotes e fariseus detestavam-no e manipularam a multidão até conseguir a sua condenação à morte, o que os romanos, de moto próprio, não fariam posto que eram politeístas e não davam a mínima para mais um ou menos um deus no panteão das crenças em geral.
    Somente em 325 de nossa era o Concílio de Niceia, sob o tacão do imperador Constantino [que naturalmente era muito cioso da incontrastabilidade de sua autoridade material], estabeleceu a ‘divindade’ de Jesus. De lembrar que essa tirada dos teólogos enfrentou resistências e discor-dâncias múltiplas, o que a levou a ser ratificada pelo Concílio Constantinopla I, de 381 d.C. Veja-se que se trata de uma “divinização” por ato meramente humano. Quanto ao Espírito Santo, a coisa é ainda pior: trata-se de uma elaboração meramente teórico-doutrinária rasa e de some -nos importância. Provém de algumas cabeças pouco versadas em História, Lógica e Filosofia. A tripartição em questão, desculpem-me a crueza, chega a constituir um desrespeito à grandiosi-dade, à sublimidade, à excelsitude de Deus, um ser que seria dotado dos supremos e exclusivos atributos da onisciência, da onipresença e da onipotência. Sim, se de fato existe, Deus é uma entidade à altura de uma rivalização teórica entre fé e ciência, entre razão e crendice. Pode funcionar como alternativa à Teoria do Big Bang na explicação que os homens procuram desde sempre, desde tempos imemoriais e procurarão até o fim do planeta Terra. Tanto assim que em culturas anteriores da Mesopotâmia havia proibições quanto à invocação do ser Supremo, cha-masse Javé, ou não.
    Quero dizer com tudo isso que discutir se o batismo deve ser estendido às crianças, tendo por “razão” um certo pecado original, é de uma irrelevância, uma nonada, uma bizantinice dolorosa, uma perda de tempo imperdoável num mundo em que a condição humana é terrível; a miséria de pelo menos l/3 (um terço) da população mundial [algo em torno de 2.500.000 – dois bilhões e meio – de pessoas]; mais guerras infindas; terrorismo; aquecimento do Planeta a fazer subir o ní-vel dos oceanos e mares; nossa nave de navegação no espaço aproximando-se da exaustão de vários recursos naturais. Tenham a santa paciência, chutem para Marte esse tipo de alienação. Perguntem, por favor: por que existem as guerras e matanças, desde que o homem é homem? Por que existe tanta miséria no mundo da abundância que conhecemos? Por que esse pretenso criador sendo dotado da onipotência, da onisciência e da onipresença não intervém para mudar as condições da sua criatura suprema, o ser humano? Por acaso seria Ele um sádico? Ou apenas omisso? Ou nada tem a ver com a mesquinhez humana e entrega-se ao prazer e ao deleite de apreciar a extraordinária beleza do colosso a que teria dado causa — digo Universo, e não apenas esse planetinha mixuruca chamado Terra)?

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  2. Existem muitas evidencias na Bíblia,mostrando implicitamente o Batismo infantil ,
    (Atos 2,38-9; 16,15,33; 18,8; 1 Cor 1,16; Colocensses 2,11-12).

    Se alguem analisar estes textos juntos com a história da Igreja Primitiva irá entender que é valido.

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