Apologética Católica

A Visão Católica do Pentecostes


pentecostesNa atualidade temos uma infinidade de visões errôneas a respeito do mundo, mas se formos abordar de modo objetivo as linhas de pensamento mais comuns com as quais nos deparamos hoje, poderÍamos classificá-las em duas correntes principais: A visão materialista e a visão panteísta. Essas visões não se conformam com a visão católica, que obviamente as superam tanto no equilíbrio quanto na elevação espiritual.

A visão mais comum, que lamentavelmente se espalha atualmente nos ambientes das escolas, universidades e principalmente a partir da ideologia Marxista e materialista, é de que só exite a matéria; o espírito não existe e nos resumimos à energia. A noção de verdades universais, estado de oração, elevação do pensamento e até o próprio pensamento, na visão materialista, não encontra espaço. Ou seja, é uma invenção da religião. Para o materialista, somente a energia exite, nada se cria, tudo se transforma. A eneriga se transforma e o homen é o fruto de uma energia organizada que se desorganiza quando ele morre, de modo que assim continua perpertuamente o cosmos… Tudo que existe é sólido, é matéria paupável e mensurável na visão materialista. Assim, as gerações recentes estão sendo doutrinadas na crença de que tudo o que importa e é verdadeiro, são apenas as coisas materiais.

Felizmente, é fácil refutar essa noção de que toda realidade importante, relevante para nossa existência, seja algo paupável, mensurável. O amor que sentimos pelos filhos ou pais, não é paupável mas é real. A motivação e o sentido da vida de cada ser humano, não é paupável mas existe. Se a visão materialista fosse precisa, poderia-se argumentar que um indíviduo dotado de beleza física, riqueza, inteligência e todos os outros atributos materiais que se possa listar jamais cometeria suicídio. Contudo, isso não é verdade. Se não houvesse na vida daquele indivíduo materialmente satisfeito e completo, a falta de algo não paupável, não material, o suicído entre essas pessaos não aconteceria. O materialismo não responde à essa incongruência, pois nega que o ser humano tenha dentro do coração algo além do que pode oferecer a mera realidade material. Diferentemente dos outros animais, que tendo suas necessidade materias atendidas, põem-se satisfeitos com sua própria existência, o ser humano almeja a felicidade, a paz de espírito, o amor, o contentamento consigo mesmo.

Portanto, podemos concluir que aquilo que realmente importa para nós não se encontra no campo material. A cultura materialista rouba de nós tudo aquilo que nos dá sentido à vida, passamos a crer que para sermos felizes há de ter-se boa comida, dinheiro, sexo e, se houver tristeza, resolve-se com drogas, bebidas ou algo material que nos complete temporariamente. Ou seja, dá-se ao corpo o que o corpo precisa, porque nós nos resumimos a isso, ao nosso corpo físico e nossas necessidades materiais. Pois só existe a matéria.

Contudo, nossos corações precisam de mais que puramente o que é material. Aquilo que nos importa precisa ser de natureza eterna. A matéria se deteriora, é passageira, efêmera,  e por isso, não pode nos satisfazer.

Diante disso, a Igreja Católica afirma que precisamos de Deus, porque Deus é eterno e não passa. O mundo sim, passa. E Deus quer unir-Se a nós tanto quanto nós precisamos unir-nos a Ele. Isso, essa união,  se dá pelo poder do Espírito Santo! Mas antes de abordarmos a visão católica, havemos de falar sobre a visão extrema ao Materialismo que é o Panteísmo.

No Panteísmo, tudo é Deus. Essa visão assemelha-se a um piedoso ateísmo, muito comum às espiritualidades orientais, na qual as pessoas se consolam com a crença de que seremos todos deuses, porque fazemos parte do universo e evoluímos através da reincarnação a estágios mais elevados de nossas existências, até, tendo sido parte de Deus no princípio, regressaremos à nossa forma divina no final de tudo, em algum estágio de uma de nossas muitas existências. Crê-se que estajamos imersos e fazemos parte de uma grande divindade. A noção de salvação na visão panteísta é que o espírito se dilui no universo, e por isso continua a existir. Essa visão não explica o fato de qua a matéria que se transforma cessa de existir em sua forma original. Nesse sentido, o Panteísmo se assemelha com o Materialismo, contudo, adota um discurso mais espiritualizado porque afirma que voltaremos a fazer parte do deus transformador do universo.

O Cristianismo, entretanto, proclama a Verdade Eterna de que somente Deus é Deus. Ele é Espirito e Eterno. Deus é para sempre e vive numa felicidade eterna. Por outro lado, nós, que estamos infinitamente distantes Deles – Pai, Filho e Espirito Santo – precisamos de Deus, pois precisamos ser salvos, precisamos ser elevados. Embora estejamos muito distantes de Deus, Ele que habita na felicidade eterna, Ele que é amor eterno e é um Pai que ama eternamente seus filhos, dá-Se a nós através do amor.  Esse amor tem um nome, chama-se Espírito Santo. Nessa realidade de amor e felicidade eternos, Deus livremente se dignou a nos criar para nós pudéssemos participar de Sua felicidade. Essa é a razão de nossa existência: participar da felicidade de Deus.

Enquanto criatura frágeis e miseráveis, só nos é possível participar da infinita felicidade de Deus por meio da bondade do próprio Deus, que veio até nós, não porque Ele precisasse de nós, mas para o nosso bem. O Deus Triuno, na segunda pessoa do Filho, se fez homem, igual à nós exceto no pecado e vem até nós. E o grande abismo que havia entre a criatura e o criador ganha uma ponte, um Pontífice, entre Deus e o homem. Essa Ponte é Jesus Cristo, aquele que une Deus e o homem, unidos em Cristo.

O Espírito Santo, a terceira pessoa da Santissima Trindade, que é derramado sobre a Igreja para nos unir a Jesus da mesma análoga forma que os membro de um corpo se unem ao corpo. O Corpo, que na morte se desfaz e já não se sustenta unido com um só, perde sua alma. A alma é o que mantém o corpo unido. Também na Igreja, o Corpo de Cristo se mantém unido por esta “Alma” da Igreja que é o Espírito Santo. Assim, o Espírito Santo nos une a Jesus. Em nossas oração recitamos; “Na unidade do Espírito Santo”, porque só chegamos ao Pai, por Jesus Cristo, que é a Ponte, na unidade do Espírito Santo.

O Espírito Santo derramado em nossos corações cria em nós um coração como o de Jesus. Essa é Sua função, nos tranformar e unir-nos a Cristo, na medida em que nos tornamos mais semelhante a Ele. Portanto, Deus que está infinitamente distante, faz-se próximos de nós em Jesus, unido a Ele nos Espírito Santo para que assim possamos ir para o Céu e estarmos com Deus.

O Cristianismo se distingue das outras visões no sentido de que podemos crer que seremos salvos, iremos ao Céu e, na presença de Deus, continuaremos a ser nós mesmos e não seremos diluídos em Deus. O próprio Jesus subiu aos Céus e continua ser humano, e não foi dissolvido na Trindade. Nós não seremos diluídos em Deus, mas unidos na unidade do Espírito Santo, que nos une a Jesus. De forma concreta, nós nos unimos a Jesus através da fé e da caridade.

O Espírito Santo, o doador da Graça divina, ilumina nosso coração para que na fé nos unamos a Jesus. A fé não de uma forma subjetiva, mas de modo real, numa ação sobrenatural que toca nossos corações e nos transforma e vai ascendendo no coração do fiel um amor por Jesus. O Amor de Cristo, o Espírito Santo é o amo de Deus derramado em nosos corações e, a primeira coisa que este Espirito Santo faz é nos dar um amor enorme por Jesus.

Aquele que ama a Jesus tem o primeiro sinal de que o Espirito Santo está em si. O amor ao próximo também  é um sinal da ação do Espírito Santo, mas para ser a verdadeira caridade de Deus, o amor ao próximo está fundamentado no amor a Jesus. Assim, o amor ao próximo passa ser a forma que se tem da amar a Jesus. O próximo é Jesus, como vemos na passagem bíblica: “Foi a mim que o fizestes”.

Neste domingo de Pentecostes, o Espírito Santo vem, assim como vem sempre que estivermos abertos a Ele, para que nós em primeiro lugar amemos a Jesus, para nos unirmos a Ele e correspondamos ao Seu amor por nós. O amor de Cristo nos impele, o Espírito Santo faz arder em nossos corações o amor de Cristo, o amor por Jesus.  Neste domingo podemos pedir ao Espírito Santo mais fé e mais amor, para nos unirmos a Jesus, humildemente, pois o Ele é o Pater Paupeum, o pai dos pobres e humildes, daqueles que se rebaixam diante de Deus, com o coração vazio de si para ser  preenchido pelo Espírito Santo de Deus!

Peçamos a Deus, na graça do Espirito que amemos a Jesus e sejamos unidos a Ele e assim possamos participar dessa felicidade do Céu!

Texto Escrito por Hellen Walker fundamentado na Palestra sobre o Espírito Santo por Pr Paulo Ricardo

 

2 replies »

    • Ah, esqueci de justificar meu comentário, e isso não se faz, não é? Seria muita prepotência apontar algo como errado por pura ignorância egocêntrica e absoluta. Quando você fala em visão errônea do mundo, na verdade na verdade… O mundo é matéria mesmo, o mundo é palpável, é interesseiro. Talvez você quisesse citar a vida como sendo vivida de forma estritamente mundana, meramente material, sem espiritualidade. Mas honestamente, acho que sua visão não representa a visão da igreja católica, pelo menos onde posso ver a minha volta – seja lá como for, vá em frente. Abraços fraternos.

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