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Curso de Estudo Bíblico – De Genesis a Jesus


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Caros Leitores, mais uma empreitada se inicia no Blog Ecclesia (Ecclesia Militans). Com a ajuda de Deus pretendo traduzir todas as lições do Curso From Genesis to Jesus, do renomado teólogo, ex-pastor Evangélico, Prof. Scott Hahn. Espero que desfrutem da leitura e ajudem-me a divulgar o conteúdo do curso pela Net. Por favor, compartilhem!

Lição Primeira: 

II . Como católicos lêem a Bíblia

A. Revelação Divina: Como Deus fala conosco

B. Três Regras para a interpretação da Bíblia

C.  A Escritura é divina: o conceito de inspiração

. Introdução e Visão Geral do Curso

Ler a Bíblia do começo ao fim – isso não é muito ambicioso? Sim, com razão, é muito ambicioso, especialmente para iniciantes. Contudo, não iremos nos aprofundar no nosso estudo, temos a vida inteira para isso. De qualquer forma, seremos capazes de conhecer algumas ferramentas para começar a lê-la.

Quando terminarmos este curso, continuaremos a compreender “a trama” da Bíblia, e a acompanhar os personagens que aparecem nela e dão sentido à historia. Talvez seja novidade para alguns nós que haja uma “trama”, uma história na Bíblia. Mas assim o é. A Bíblia não é uma mera coleção de livros individuais. Todos os livros da Bíblia, quando em conjunto, tal e qual colocados em ordem pelos Padres da Igreja, sob a inspiração do Espírito Santo, são um único livro. E este livro conta uma história única. Vamos contar essa história e como seguir ao longo dos livros individuais da Bíblia.

Antes de fazermos isso, precisamos dar os princípios católicos básicas para a leitura da Bíblia.

A Escritura é divina: O conceito de inspiração

Como já se deve imaginar, não há outro livro como a Bíblia. A Igreja ensina que Jesus é “verdadeiro Deus e verdadeiro homem,” a Bíblia é verdadeiramente uma obra de autores humanos e ao mesmo tempo, é verdadeiramente  obra de Deus, que é o seu autor divino.

Este é o mistério da “inspiração divina” das Escrituras (cfr. 2 Timóteo 3:16). A palavra “inspirada” em grego significa literalmente “sopro de Deus”. Ela representa uma boa maneira de se pensar na inspiração das Escrituras. Como Deus moldou Adão de lama, da terra e soprou nele o sopro de vida (cf. Gênesis 2: 7), Deus sopra seu Espírito nas palavras do autores humanos da Escritura e faz-lhes a Palavra viva de Deus.

Assim explica a Igreja: autores humanos, tomando as suas competências de literais, idéias e outros talentos escrevendo as páginas da Bíblia. Mas enquanto eles estavam escrevendo, Deus agiu em de modo que o que eles escreveram foi exatamente o que Ele queria escrevessem. (Cfr. Dei Verbum, do Vaticano II, n.11-12; Catecismo da Igreja Católica, n.105-107).

Os autores humanos foram “verdadeiros autores” da Escritura e assim foi Deus. Como Deus é o seu co-autor, e porque Deus não pode errar ou se equivocar, podemos dizer que tudo que lemos na Bíblia é verdadeiro, livre de “erro” e foi colocado lá para a nossa salvação. Isto é o conceito de “infalibilidade” da Bíblia.

Este conceito é muito complicado e não pode ser explicado completamente neste curso. Mas é importante ler sempre a Bíblia respeitando o que ela é. A Bíblia não se destina a ensinar história moderna, ciência, geografia e biografia. Assim, não devemos comparar o que ela diz sobre o criação do mundo, por exemplo, com o que é ensinado em um texto da ciência moderna. Isso não significa que a Bíblia esteja errada. A Bíblia, inteira e integralmente, é verdadeira e sem erro. Não apenas no que ela ensina sobre fé e moral, mas também no que diz sobre os eventos e personagens históricos. Ela nunca nos enganará. No entanto, devemos interpreta-la responsavelmente – devemos entender que estamos dando-nos a entender eventos naturais e históricos sob uma perspectiva religiosa e divina, e muitas vezes pelo uso de uma linguagem simbólica.

A Escritura é humana: A Bíblia como literatura religiosa e histórica

Na prática, a autoria divino-humano da Escritura significa que nós temos que ler a Bíblia de maneira diferente dos outros livros.

Quando lemos a Bíblia, devemos nos lembrar que é a Palavra de Deus pronunciada em idioma humano. É importante entender o “elemento humano” da Escritura. Como veremos, este elemento humano não pode ser separado do elemento divino.

É importante lembrar que a Bíblia é:

Literária: A Bíblia usa formas, recursos, estruturas, figuras literárias, etc. Temos de procurar por pistas “literárias” que nos dão significado.

Antiga: A Bíblia é velha. Não está escrita como literatura moderna. Seu sentido está envolto na maneira pela qual os antigos viam o mundo e a história. Embora estivessem interessados na escrita da história, seus autores não tinham a intenção de produzir o que se chama hoje “história simples.” A história não é apenas uma narrativa política, de economia ou de guerra, mas tem um significado mais profundo.

Religiosa: Hoje as pessoas pensam que a religião nada mais seja que piedade pessoal. Não era assim para os antigos. A palavra “religião” vem do latim “religare”, que significa “ligar juntos ou unir”. Para os antigos tudo -cultura, história, economia, diplomacia – estava ligado à religião. A Bíblia nos dá a história, mas é história religiosa. É a história sob perspectiva de Deus.

III. A História da Salvação: O que a Bíblia nos diz

Na História da Salvação e Alianças Conscientes por este breve resumo do contexto em que a Igreja Católica lê e entende a Bíblia, veremos o “conteúdo” da Bíblia. A primeira coisa a considerar é que a Bíblia nos dá a história a partir da perspectiva de Deus. Isso mostra que ao longo do tempo, Deus trabalhou para nos trazer a salvação. Por isso, dizemos que a Bíblia narra “a história da salvação.”

Esta história da salvação é realizada por alianças que Deus fez com seu povo, as quais podemos ver na Bíblia. O Padre da Igreja, Santo Irineu, reconheceu a necessidade de estudar a história da salvação com base nas alianças. “[…] compreendê-la […] consiste em mostrar por que houve uma série de alianças com a humanidade e ensinar quais são as característica destas alianças” (Contra as Heresias, Livro 1, cap. 10, nº 3).

No mundo antigo, alianças  originavam famílias inteiras. Documentos de tratados antigos entre nações usavam a imagem de pai e filho. Os estrangeiros eram “adotados” por uma tribo (clã) através do juramento de uma aliança. Então, quando estudamos a Bíblia, precisamos perceber como o sentido de “aliança” está impregnado na velha idéia de família na antiguidade.

A Bíblia inteira pode ser esboçada em uma série de alianças que formavam famílias. Este é o ponto de toda a história bíblica, como Deus, por meio dessas alianças, revela-Se mais e mais às suas criaturas e as convida a entrar em um relacionamento familiar com Ele. Paulo resumiu:

“Vou morar e viver entre eles; Eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo … Eu serei um pai para vós, e sereis minhas filhas e filhos, diz o Senhor Deus Todo-Poderoso” (cf. 2 Cor. 6: 16-18). Através da história da salvação narrada na Bíblia, Deus estende sua família através da suas alianças. Começa com apenas duas pessoas, Adão e Eva e continua através de Noé, Abraão, Moisés, David, até que todas as nações entrem na aliança, por Jesus Cristo. O plano desde o início era fazer com que todos os homens e mulheres, seus filhos e filhas, por alianças, que  fossem resumidos na Nova Aliança de Jesus, onde Deus nos envia um “Espírito de adoção. Ele nos permite clamar Abba, Pai! (Cf. Romanos 8:. 15; Gl 4, 5; Ef 1: 5).

Próxima lição:  O Antigo e o Novo Testamento

11 replies »

  1. Olá Hellen,
    Gosto muito de suas iniciativas, objetivos e do que posta em seu blog que já conhecia, mas por falta de tempo ou objetividade de minha parte, não examinei ou participei com maior profundidade.
    Como coloquei abaixo nos campos obrigatórios, tenho um site em que também tento, humildemente, divulgar artigos e material de evangelização conforme o magistério da Igreja.
    Este curso de estudo bíblico foi o que me chamou a atenção. E, pelo que entendi, sua intenção, assim como a minha, é divulgar para dar oportunidade a mais pessoas aprenderem e descobrirem aquele “tesouro” de que Jesus fala em suas parábolas, especialmente católicos para que aprendam as razões de sua fé e assim possam se vacinar contra tantas mentiras anticatólicas que vemos e ouvimos.
    Hoje, com tantas mídias, tento adicionar minha gota nesse oceano.
    Gostaria de postar o estudo no meu site. Pelo que entendi, é sua tradução de material de Scott Hann, certo? E suponho que ele tenha autorizado e mesmo queira também divulgar.
    Evidentemente, eu colocarei sempre fontes, autor, tradutores etc etc, que é como ‘faço nos artigos do meu site e que você pode comprovar.
    A organização do curso eu ainda teria que pensar, como adaptá-la no meu site, à medida que as páginas forem se acumulando. Viria a ser um setor específico para isso e não apenas artigos.
    Mas, antes de tudo, preciso saber de sua disposição e autorização nesse sentido.
    Se puder e desejar entrar em contato via meu email, melhor ainda.
    Agradeço sua atenção e que Deus lhe abençoe.
    Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo,
    Lavio

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    • Prezado Lavio,

      Muito Obrigada pela visita.
      Sim, permissão concedida. Só lhe peço que, em contra-partida, forneça um link ao meu site e cite a fonte da tradução. Assim, ajuda-me a divulgar meu espaço.

      Thank you!!
      Hellen

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      • Com certeza.
        Já tem um link pra cá no setor “top 10 links” que pode ser acessado a partir da primeira página. Não é um big deal porque é evidente que no meio de mil coisas e links, um a mais ou a menos não é relevante, fica meio perdido.
        Mas quando eu montar o “curso bíblico”, vou colocar bem claro e visível com link e tudo este blog, o nome do autor e seu nome, com certeza.
        Nome que aliás eu não tenho o sobrenome… já postei lá alguns artigos daqui, citando a fonte deste blog, mas como “autor” tive que colocar “Igreja Militante”.
        Por enquanto vou juntar o material para depois pensar numa forma de organizá-lo.
        Provavelmente vou colocá-lo no setor de Bíblia Católica.
        Tem uma “coisa” lá na Bíblia Católica que talvez lhe seja útil e você goste e que pode ser adicionada em qualquer blog ou site. Depois dê uma olhada no botão “divulgar”. Se quiser. Estou sugerindo porque eu, pessoalmente, acho muito legal a “coisa” à qual nem sei que nome dar.
        Thanks 🙂
        Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo,
        Lavio

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  2. Salve Maria!

    Gostei da iniciativa, é valido, só uma sugestão, sempre informe sobre a melhor tradução da Bíblia para os católicos, que a do Padre Mattos, eu tenho duas, e com relação as outras, tem diferença.

    Em suma, parabéns pela iniciativa!

    Pax Domini.

    Eduardo F. Ferreira.

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    • CAro Eduardo,

      Toda boa tradução da Bíblia tem o selo IMPRIMATUR – que é o certificado do Vaticano para toda Bíblia católica. Sem esse selo. Não se sabe se a tradução é lícita.

      Pax Domini
      Hellen

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    • Olá Hellen, Salve Maria!

      Desconhecia desse selo “IMPRIMATUR ” para certificação da Bíblia Católica.

      Agradeço à resposta.

      Pax Domini,

      Eduardo F. Ferreira.

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  3. Será um prazer em aprofundar nossos conhecimentos, esperamos aprender a cada dia mais o que nos revela a palavra do Senhor. Fique com Deus… Abraços.

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