Tradição Católica

Quinta-feira Santa, Missa da Ceia do Senhor: Homilia do Papa Bento XVI


Amigos, apesar do Blog estar temporariamente ‘inativo’ ( apenas enquanto estou viajando), pretendo postar algumas atualizações sempre que possível. Eis aqui um belo texto do Santo Papa para nossa reflexão nesta Semana Santa.  Posto parte dele, mais abaixo forneço o link para o site do Vaticano com o texto integral.

«Desejei ardentemente comer convosco esta Páscoa, antes de padecer» (Lc 22, 15): com estas palavras Jesus inaugurou a celebração do seu último banquete e da instituição da sagrada Eucaristia. Jesus foi ao encontro daquela hora, desejando-a. No seu íntimo, esperou aquele momento em que haveria de dar-Se aos seus sob as espécies do pão e do vinho. Esperou aquele momento que deveria ser, de algum modo, as verdadeiras núpcias messiânicas: a transformação dos dons desta terra e o fazer-Se um só com os seus, para os transformar e inaugurar assim a transformação do mundo. No desejo de Jesus, podemos reconhecer o desejo do próprio Deus: o seu amor pelos homens, pela sua criação, um amor em expectativa. O amor que espera o momento da união, o amor que quer atrair os homens a si, para assim realizar também o desejo da própria criação: esta, de facto, aguarda a manifestação dos filhos de Deus (cf. Rm 8, 19). Jesus deseja-nos, aguarda-nos. E nós, temos verdadeiramente desejo d’Ele? Sentimos, no nosso interior, o impulso para O encontrar? Ansiamos pela sua proximidade, por nos tornarmos um só com Ele, dom este que Ele nos concede na sagrada Eucaristia? Ou, pelo contrário, sentimo-nos indiferentes, distraídos, inundados por outras coisas? Sabemos pelas parábolas de Jesus sobre banquetes, que Ele conhece a realidade dos lugares que ficam vazios, a resposta negativa, o desinteresse por Ele e pela sua proximidade. Os lugares vazios no banquete nupcial do Senhor, com ou sem desculpa, há já algum tempo que deixaram de ser para nós uma parábola, tornando-se uma realidade, justamente naqueles países aos quais Ele tinha manifestado a sua proximidade particular. Jesus sabia também de convidados que viriam sim, mas sem estar vestidos de modo nupcial: sem alegria pela sua proximidade, fazendo-o somente por costume e com uma orientação bem diversa na sua vida. São Gregório Magno, numa das suas homilias, perguntava-se: Que género de pessoas são aquelas que vêm sem hábito nupcial? Em que consiste este hábito e como se pode adquiri-lo? Eis a sua resposta: Aqueles que foram chamados e vêm, de alguma maneira têm fé. É a fé que lhes abre a porta; mas falta-lhes o hábito nupcial do amor. Quem não vive a fé como amor, não está preparado para as núpcias e é expulso. A comunhão eucarística exige a fé, mas a fé exige o amor; caso contrário, está morta, inclusive como fé.

Leia a Homilia intergralmente aqui

4 replies »

  1. Helen,falando um pouco sobre a Eucaristia, alguns seguimentos religiosos como por exemplo os Judeus Messianicos dizem que a Igreja Catolica herdou a Santa Ceia do paganismo ou seja do Mitraísmo? eu não aceito.Tens uma explicação Histórica sobre este assunto,antes da canonização da Bíblia??

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    • Caro Manuel,

      Aqueles que argumentam de tal forma não conhecem as escrituras, se as conhecem as interpretam mal, pois há inúmeras referências à Eucaristia na Bíblia. Além disso, há os escritos dos pais da Igreja, que tanto quanto a Bíblia são documentos históricos, para confirmarem o que ensina a Igreja.

      Leia o texto abaixo. Ele trata do Sábado, mas há nele explicações sobre a Santa Ceia: https://igrejamilitante.wordpress.com/2011/04/14/por-que-a-igreja-catolica-alterou-o-sabado/

      Foi de alguma ajuda o link que lhe envie sobre o Eclesiastes 9: 5-6?

      Helen

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      • Helen,sobre o Sábado está claro que a Igreja Primitiva já tinha adoutado o Domingo desde dosApostólos.

        Sobre Eclesiastes 9 ainda estou fazer um estudo comparativo e contextual.

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        • Manuel,

          De fato, está claro que a mudança do Sábado aconteceu já no tempo dos Apóstolos, como nos diz a Bíblia.
          Mas o texto que lhe enviei mostra muito bem que a celebração da ceia do senhor, hoje chamada Eucaristia, já acontecia no mesmo contexto bíblico e caracterizava a adoração no dia do Senhor.

          Mas há outras fontes:

          E que o Teu Espírito Santo venha, ó Senhor, e descanse sobre esta oblação dos teus servos que eles oferecem, e abençoe e santifique-o, e ele pode ser para nós, ó Senhor, para a expiação dos nossos pecados e do perdão de nossos pecados … e através dela purificar-me das manchas do meu pecado, e perdoem-me a minha transgressão e o pecados, conhecidos ou desconhecidos para mim. – A Liturgia dos Santos Apóstolos, c, de 100 dC

          Por isso, Deus fala pela boca de Malaquias, um dos doze [profetas], como eu disse antes, sobre os sacrifícios na época apresentado por você: “Eu não tenho prazer em vós, diz o Senhor, e eu não vou aceitar a sua sacrifícios em suas mãos: pois, desde o nascer do sol até a descer do mesmo, meu nome é glorificado entre os gentios, e em cada lugar de incenso é oferecido a meu nome, uma oferta pura: pois Meu nome é grande entre os gentios, diz o Senhor: mas vós o profanam. Malaquias 1:10-12

          Ele então fala dos gentios, ou seja, nós, que em cada lugar oferecemos sacrifícios a Ele, isto é, o pão da Eucaristia, e também o cálice da Eucaristia, afirmando que ambos glorificar Seu nome, e que profana [it] . O comando da circuncisão, mais uma vez, o lance [elas] sempre circuncidar os filhos no oitavo dia, era um tipo da verdadeira circuncisão, por que são circuncidados do engano e da maldade, por aquele que ressuscitou dentre os mortos no primeiro dia após a Sábado, [a saber, através] de nosso Senhor Jesus Cristo. Para o primeiro dia depois do sábado, mantendo-se o primeiro de todos os dias, é chamado, entretanto, o oitavo, de acordo com o número de todos os dias do ciclo, e [ainda] continua a ser o primeiro. Justino Mártir, 110-165 dC

          Estará, então, a Eucaristia a cancelar um serviço dedicado à Deus, ou a vinculá-lo mais para Deus? Não será a tua estação mais solene se tens, além disto posto-te diante do altar de Deus? Quando o Corpo do Senhor foi recebido e reservado? Cada ponto é seguro, tanto a participação do sacrifício e o cumprimento do dever. Tertuliano, 160-220 dC em Oração, p 677 xxi

          Se o corpo não for salvo, então, de fato, nem o Senhor nos redimiu com o Seu sangue, e não é o cálice da Eucaristia, o compartilhamento do seu sangue, nem é o pão que partimos a partilha do seu corpo … Ele declarou o cálice, uma parte da criação, ser seu próprio sangue, a partir do qual Ele fez o nosso fluxo de sangue e do pão, uma parte da criação, ele estabeleceu como seu próprio corpo, do qual Ele dá aumento aos nossos corpos. ( St. Ireneu de Lyon c. 140-202 dC)

          Quando, portanto, o cálice misturado e o pão recebem a Palavra de Deus e se tornam a Eucaristia, o Corpo de Cristo, e destes a substância de nossa carne é aumentada e suporte, como podem dizer que a carne não é capaz de receber o dom de Deus, que é a Vida Eterna – carne, que é nutrida pelo Corpo e Sangue do Senhor … a receber a Palavra de Deus, torna-se Eucaristia, que é o Corpo e Sangue de Cristo … ( St. Ireneu de Lyon c. 140-202 dC)
          Contra as Heresias 5:2 :2-3

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